terça-feira, 8 de julho de 2008
Pra quem acha que talão de cheques em papel reciclado pode salvar o mundo
Dia desses, estava eu na parada de ônibus, perto de um grande shopping, quando vejo voando pela rua um saco plástico, desses muitos que poluem a bela Fortaleza Bela. No saco estavam impressas as 8 Maneiras de Mudar o Mundo, projeto da ONU para o novo milênio.
Obviamente, por algum esquecimento bobo, faltou dizer que é muito mais difícil erradicar a fome e a doença quando não se consegue sequer não jogar sacos plásticos pela rua. Ou talvez alguém com um senso de humor muito peculiar tenha achado irônico e interessante imprimir oito maneiras de melhorar nosso planeta num pedaço de plástico que poluirá a natureza durante mais de uma centena de anos antes de se dissolver.
O que nos leva a pensar outro ponto, esse um pouco mais sério e confuso que os delírios utópicos das Nações Unidas: a falsa responsabilidade sócio-ambiental de certas empresas. Porque ser responsável envolve mais que usar papel reciclado e espalhar isso aos quatro ventos e muito mais que gastar pilhas de dinheiro em publicidade ao invés de se empregar tudo em programas de bem-estar para os funcionários. A responsabilidade ambiental virou uma moda superficial e os discursos sobre preservação do ambiente soam cada vez mais vazios. Um pouco de criticidade neste ponto é mais que válido, bem como com a política internacional- aquela, da ONU. É, a mesma organização que salva o mundo com sacos plásticos.
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